quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Coisas daqui e dali...

Há coisas que só depois dos 40 anos damos valor...
Hoje descobri que gosto da aurora do local onde moro agora, desde que não haja chuva, o frio não me incomoda tanto... O cheiro matinal de lareiras mal apagadas, a bruma no fim do caminho, o sol a erguer-se no horizonte, a neblina ao fundo...

Depois de ter deixado o cuquito na escola, que agora insiste em ir de trotinete, passei pela loja dos senhorios, porque pedimos alteração do contador de electricidade, para um contador bi-horário e como o falar ao telefone é complicado, eles disponibilizaram-se para o fazer, mas marcaram para uma sexta-feira, dia em que estou em no curso e lá fui eu pedir para marcarem para outro dia.
Estive a falar com ela, e é complicado por vezes exprimir-me, mas lá me faço entender. Ela explicou-me que não lhe deram alternativa do dia e que podia deixar-lhe a chave, que ela vinha acompanhar a mudança do contador.
Expliquei-lhe que saía por volta das 8h30 e que primeiro ia levar o rapazinho à escola e que só depois lhe podia deixar a chave.
Depois vim a casa e peguei numa carta do antigo arrendatário (que não está cá desde Outubro ou Novembro de 2014), e fui a pé até aos correios de cá, colocar a carta no marco, com a indicação de que aquele destinatário era desconhecido nesta morada.

Pelo caminho, apercebi-me que realmente damos valor a estas pequenas coisas com esta idade, seria tão diferente se tivesse vindo para cá há 20 anos atrás... não sei se melhor, se pior, mas ocorre-me que é triste depois de ter vivido metade da minha vida no meu país e agora me tenha visto obrigada, a sair em busca de um futuro melhor.

A língua continua a ser uma barreira, mas vou dando valor às pequenas vitórias, como conseguir falar com os senhorios. Esta semana também abordei o professor do cuquito, pois de vez em quando vem um recado para casa, a pedir que assine os cadernos e eu não compreendia o propósito daquilo e pensei que fosse para nos dar conhecimento do trabalho realizado. Mas quis confirmar e lá confirmei, numa breve conversa de 5 minutos com o professor.

Esta semana também mudámos de médico e lá estive eu a falar com o médico, sendo que para mim seria a primeira escolha, a mandato da Segurança Social, pois aqui somos nós que escolhemos o médico de família e como eu vim para o médico, que fica a dois passos de casa, pedi-lhe também para passar a ser o médico do marido. Como ele não conseguiu fazer essa mudança online, pediu-me para imprimir o formulário em casa e ir lá depois para ele assinar. 
Esta mudança de médico, implicou dar conhecimento à escola desta alteração, então ontem mandei um recado à professora a dizer que mudámos de médico e qual era agora e se esta informação era suficiente ou deveria formalizá-la doutra forma.
Quando perguntei ao rapazinho o que disse a professora, ele disse-me que ela tinha dito que estava bem assim. E depois ele perguntou-me "Mãe, escreveste em francês?" e eu disse-lhe que sim, obviamente e ele acrescentou "Ah! O maître ficou impressionado!", eu disse-lhe, "então já disseste ao teu professor que a mãe anda a estudar o francês?" e ele disse que sim.

O que é certo é que a bem ou a mal nos vamos safando. Mas sinto que não é suficiente... Bem sei que passou pouco tempo, mas sofro do mesmo síndrome do meu filhote, ambos achamos que a esta altura já devia estar tudo aprendido...

Bem, mudando de assunto, aqui também vou recebendo umas coisinhas boas de vez em quando, esta semana chegaram estas amostras.


2 comentários:

  1. Bem sei que a barreira linguística é difícil de ultrapassar.
    Mas tu és uma lutadora nata e não tarda, dominas o Francês, O cuquito acredito que ainda vai aprender mais rápido que tu, força Lisa.

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